O problema é que estes ícones do turismo são tangíveis, feitos de ferro, concreto, cimento. O samba não. E aí entra a dificuldade pois você pode ir num samba maravilhoso ou num negócio mais ou menos. Há também o risco de ir num local que geralmente é excelente, mas naquele dia em específico, os músicos não estavam muito inspirados (Mas esse é um fator que não tenho como controlar. Ninguém tem.)
Para maximizar suas chances, fiz uma lista dos sambas que gosto mais na cidade e que, via de regra, são sensacionais. Vou falar basicamente das rodas de samba e não dos samba de quadra. Esses ficam para um outro post.
Começaremos hoje pelo famoso Bip Bip. Nos posts seguintes falarei de outros selecionados.
O bar do Alfredinho é um dos ícones da música no Rio de Janeiro. No coração de Copacabana, este minúsculo bar tem a música como estrela principal. O dia mais concorrido é o domingo, com uma roda de samba concorridíssima. Mas há outros dias dedicados ao chorinho (segundas e terças-feiras), a bossa nova (quartas-feiras) e ao próprio samba (quinta e sexta-feiras, além do domingo).
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Roda de choro Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=679098392111913&set=pb.194472103907880.-2207520000.1404781274.&type=3&theater |
Como diz a placa logo na frente do bar, o Bip Bip, foi fundado em 1968 e é um bar "a serviço do porre e da amizade". E da música, claro. O minúsculo espaço é capaz de abrigar as mesas para os músicos e meia duzia de pessoas de pé, além de duas geladeiras onde cada um pega sua cerveja e avisa ao Alfredinho o que está consumindo. Paga tudo no final.
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Alfredinho no Bip Bip Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=557266130961807&set=pb.194472103907880.-2207520000.1404780909.&type=3&theater |
E lá não é lugar de muita conversa. Há que se ter respeito pela música e pelos músicos. Se o falatório começa a aumentar de volume lá vem o Alfredinho e dá aquela bronca pedindo para quem não quer ouvir a música, que vá para o bar ao lado.
É um local simples, onde você provavelmente vai ficar de pé do lado de fora e vai ouvir o que há de melhor na música popular brasileira. Eu sempre aprendo muito por lá e acabo conhecendo músicas divinas que nunca tinha ouvido antes. Como disse antes, há dias divinos e há dias não tão bons. Depende do mix de músicos presentes e da "energia" do dia.
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Visão do Bip Bip, com Alfredinho a postos. Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=551868154834938&set=pb.194472103907880.-2207520000.1404780918.&type=3&theater |
Ah! O bar não cobra couvert artístico ou nada do gênero. Os músico tocam por lá sem ganhar nada e ainda pagam pela cerveja que consomem. Um arranjo inusitado que confirma que o bar realmente está a serviço da amizade e do porre. Divirta-se, amigo!
Endereço: Rua Almirante Gonçalves, 50 - Copacabana Rio de Janeiro - RJ, 22060-040 - (0xx)21 2267-9696.
Facebook: https://www.facebook.com/barbipbip?fref=photo
English version:
The perfect samba - Bip Bip
Coming to Brazil and not going to a samba is the same as going to Paris and not seeing the Eiffel Tower. Have you ever imagined going to London and not pass by the London Eye? Or seeing the Big Ben? That's the point.
The problem is that these icons of tourism are tangible, made of iron, concrete, cement. Samba is not. And then comes the difficulty because you can go to a wonderful samba or to some place that won't represent entirely this type of music. There is also the risk of going into a place that is generally excellent, but that day in particular, the musicians were not very inspired (But this is a factor that I can not control. Nobody can.)
To maximize your chances, I made a list of "rodas de samba" I like the most in Rio and that, as a rule, are sensational. I will talk about the "rodas de samba" and not the "escolas de samba".
We begin today by famous Bip Bip.
The bar is owned by Alfredinho and is a music icon in Rio de Janeiro. In the heart of Copacabana, this tiny bar has music as its main star. The busiest day is Sunday, but there are other days dedicated to chorinho (Mondays and Tuesdays), bossa nova (Wednesdays) and the samba itself (Thursday and Friday, besides Sunday).
As the sign says right in front of the bar, Bip Bip, was founded in 1968 and is purpose is to "serve the drunk and friendship." And the music, of course. The tiny space is able to accommodate tables for musicians and half a dozen people standing, and two refrigerators where each one takes his own beer and tells the Alfredinho what is consuming. You pay for everything at the end.
And there is no place for much conversation. We must have respect for the music and the musicians. If the talk begins to increase in volume there comes the Alfredinho and asks for those who do not want to hear the music, you go to the bar next door.
It's a simple place, where you'll probably stand outside and hear what is best in Brazilian popular music. I always learn a lot there and I end up getting to know things I had never heard before. As I said before, there are divine days and not so good ones. It depends on the mix of musicians and the "energy" of the day.
The bar charges nothing for the music. The musicians play there for nothing and still pay for the beer they consume. An unusual arrangement that confirms that the bar actually serves the friendship and drunk.